Conheça as diferenças de espumantes e suas características

Se você já foi até a seção de vinhos e espumantes no mercado, certamente ficou perdido com tantos nomes estrangeiros diferentes — Champagne, Cava, Prosecco, Sekt, Cremant. Sem falar nos métodos — Método Charmat, Champenoise, Asti…

De fato, comprar um espumante pode ser uma tarefa um pouco complicada para algumas pessoas. Tem bebida para todos os gostos. Apesar de que rótulo, realmente deixa as pessoas leigas um pouco confusas, é super possível entender as diferenças de espumantes e se tornar um conhecedor sobre a bebida.

Você tem um paladar refinado? Gosta de degustar um vinho ou espumante?

Neste artigo, vamos apresentar as principais diferenças de espumantes produzidos em determinadas regiões. Acompanhe a leitura!
O que é o espumante?

Espumante é um vinho branco (também pode ser rosé) que passa por duas fermentações. É muito comum as pessoas confundirem o champagne com o espumante. Contudo, é importante frisar que nem todo espumante é considerado um champagne, mas o contrário é verdadeiro.

O Brasil figura, atualmente, como um dos 4 melhores produtores de espumante em todo o mundo. Na verdade, a palavra espumante é um termo genérico usado no Brasil, Portugal e alguns outros países de língua portuguesa, para se referir às bebidas espumantes que são produzidas fora da região de Champagne, França.

Como funciona o processo de produção do espumante?

É necessário entendermos que para termos um espumante inicialmente temos que ter um vinho. Logo que colhida, as uvas, são levadas a vinícola e passam pelo processo de esmagamento para obtenção do suco, mistura que damos o nome de mosto. Há, então, a separação das cascas, no caso dos brancos e começa o processo de fermentação, em que são adicionadas leveduras responsáveis por transformar o açúcar da fruta em álcool e gás carbônico, esse último liberado durante o processo.

Método tradicional

No método tradicional (champenoise) após a obtenção do vinho base, que é o originado na primeira fermentação, o licor de tiragem (composto de leveduras e açúcar) é adicionado. O líquido resultante é engarrafado e a segunda fermentação ocorre dentro das garrafas.

Após a fermentação as leveduras entram em autólise, que é o rompimento das células mortas das leveduras da segunda fermentação. A autólise cria aminoácidos, que são os precursores da complexidade de aromas, corpo e cremosidade do espumante.

Posteriormente ao contato com as células mortas das leveduras, vem a Remuage. Quando esse ciclo se inicia, a garrafa, na horizontal, passa a ser girada diariamente e levantada até quase atingir a posição vertical, para que as borras se encaminhem ao gargalo.

Em seguida a Remuage, vem Dégorgement, que é congelamento dos sedimentos que se encontram no gargalo da garrafa, congelado e expelido por pressão. A mesma máquina que retira o sedimento congelado acrescenta o licor de expedição, ele é uma espécie de xarope que determinará a “dosagem” de doçura do que o espumante terá.

Método charmat

Nesse método, a segunda fermentação ocorre em tanques de aço inox, diferentemente do método Champenoise, em que acontece na própria garrafa. A maioria dos espumantes é produzida assim.

Método Asti

Por fim, o Asti surge como uma variação do Método Charmat, pois o processo fermentativo também ocorre dentro de autoclaves. A grande diferença é que os espumantes com essa metodologia passam por apenas uma etapa de fermentação.

Geralmente, o rótulo dessa bebida apresenta inscrições que se referem às últimas etapas do método de vinificação que o espumante passou. Assim, se ele foi vinificado pelo meio tradicional (champenoise), essa informação consta na etiqueta da garrafa. Por sua vez, caso tenha sido utilizado o método Charmat ou Asti, essa informação fica no rótulo da garrafa.

Esses diferentes métodos influenciam diretamente o preço e a qualidade do produto. Os métodos utilizados na fabricação do espumante se referem às diversas maneiras de fermentação e refermentação da bebida, com o intuito de formar bolhas de gás dióxido de carbono no interior do vinho — essas bolhas são responsáveis por conferir aroma e proporcionar frescor à bebida.

Quais são os principais tipos de espumantes existentes?

Está curioso para conhecer melhor os espumantes? Vamos apresentar as características, aromas predominantes e as uvas utilizadas durante a produção. Confira.

Cava (Espanha)

Esse tipo de espumante vem da Espanha, Os Cavas são produzidos a partir de várias cepas, mas, tradicionalmente, são utilizadas uvas autóctones, ou seja, nativas da região onde o espumante é elaborado.

As uvas utilizadas são Maccabeo, Parellada e Xarel-lo. Ele é feito por meio do método Tradicional (Champenoise). Os Cavas podem ir de elegantes e delicados a muito encorpados. Esse estilo traz ao nariz, aromas cítricos com um toque de pera e, à boca, muito frescor.

Champagne (França)

O Champagne recebe esse nome, pois é elaborado apenas na região de Champagne, França. O método utilizado é o tradicional, ou Champenoise. Durante o processo podem ser usados os seguintes tipos de uvas: Pinot Noir, Pinot Meunier (tintas) e Chardonnay (branca).

Assim, caso a bebida seja preparada somente com as uvas brancas, ela será chamada de “Blanc de Blancs”. Por sua vez, se forem usadas as uvas tintas, o espumante receberá o nome de “Blanc de Noir”.

Os champagnes tem alta acidez, aromas tostados, aromas de fermento advindo do contato com as leveduras, final redondo e macio, geralmente são secos ou quase secos.

Prosecco (Itália)

O Prosecco vem do Vêneto, na tália, precisamente nas regiões de Conegliano e Valdobbiadene, feito com a variedade uva Glera, por meio do método Charmat. São espumantes com tendência a ser leve e ácidos e com bastante frescor.

Crémant (França)

Crémant e Mousseaux são vinhos espumantes preparados em toda a França exceto a região de champagne. Eles recebem o nome de Cremant quando são elaborados por meio do método Tradicional. Por sua vez, eles são chamados de Mousseaux quando são feitos pelo Charmat.

Asti (Itália)

O Asti é um espumante italiano feito na região sudeste de Piemonte, a partir da uva Moscato, por meio do método Asti — o processo de fermentação é suspenso por resfriamento assim que se chega a um determinado nível de álcool e açúcar. Eles são considerados vinhos espumantes bem leves. A bebida mais famosa é o tradicional Moscato D’Asti, aqui no Brasil conhecemos por Moscatel, uma bebida doce, aromática e pouco alcoólica.

Sekt (Alemanha)

O Sekt é originário da Alemanha e bastante famoso pelo seu aroma agradável e forte acidez, chegando a deixar um gosto picante na boca. Ele é preparado pelo método Tradicional — especialmente os seus tipos Riesling, Weissburgunder (Pinot Blanc) e Rülander (Pinot Grigio).

Agora que você conhece as diferenças de espumantes, já pode escolher melhor a bebida de acordo com o seu gosto pessoal e desfrutar a bebida! Como você pode perceber, existe uma grande variedade de vinhos espumantes disponíveis no mercado com deliciosos aromas e sabores.

Fonte: Blog Famiglia Valduga