Nem só de vinhos é feito o mundo dos enófilos. Um bom rótulo pede uma boa ocasião, boas companhias, boas músicas e, claro, uma boa gastronomia. Todos esses elementos compõem a harmonização que torna cada garrafa aberta ainda mais especial. E é por isso que hoje nós vamos falar um pouco sobre enogastronomia.
Ficou curioso? Então acompanhe-nos na leitura deste artigo!
As bases da harmonização
As questões físico-químicas que envolvem os sabores são de extrema importância. Porém, é necessário que levar em conta a percepção e a subjetividade humanas. Quando pensamos em harmonizar pratos e bebidas, temos alguns elementos importantes para considerar: os componentes, os aromas, as texturas e o peso.
Confira agora uma noção básica desses passos da enogastronomia:
Componentes
Esse conceito diz respeito às sensações gustativas primárias do vinho e da comida, portanto os componentes prevalecem sobre os aromas e as texturas. São eles acidez, amargor, doçura, salgado, taninos e álcool.
Acidez
Este é um atributo bastante valorizado nos vinhos e pode ser natural ou adicionada à comida. Geralmente, a acidez entre o vinho e a comida deve ser equilibrada a sabores doces e gordurosos.
Amargor
O amargor, por sua vez, é raramente apreciado na comida, enquanto nos vinhos eles apontam a quantidade de taninos presentes. Receitas e rótulos amargos dificilmente renderão boas harmonizações.
Doçura
A comida nunca deve ser mais doce que o vinho. Lembre-se sempre que as combinações doces demais se tornam enjoativas e o ideal é sempre buscar o equilíbrio. A acidez e os sabores salgados são elementos que podem estabelecer um contraste interessante neste caso.
Salgado
Aspecto raro nos vinhos, os sabores salgados são contrapostos com a doçura e a acidez. Entretanto, esteja atento aos vinhos excessivamente tânicos e mais alcoólicos, pois podem apresentar problemas de harmonização com pratos salgados.
Taninos
Os taninos são responsáveis pelo amargor e a adstringência dos vinhos. Essas substâncias estão presentes nas cascas das uvas e são encontrados em rótulos tintos jovens e em alguns brancos maturados em carvalho. Alimentos gordurosos e suculentos geram o contraste perfeito para este atributo e, como dissemos anteriormente, pratos salgados podem destruir o sabor do vinho e da comida.
Álcool
Os sabores alcoólicos trabalham em consonância com a doçura dos vinhos. Além disso, ele atua como fator importante para além dos componentes, sendo determinante no peso e no corpo. O álcool provoca sensações de ardência e de calor nas mucosas, por isso pratos apimentados ao lado de vinhos excessivamente alcoólicos certamente será uma má ideia. Esteja tento.
Aromas
O aroma é reconhecido pelo olfato inicial. Ou seja, naquele momento em que você coloca o nariz na taça para cheirar a bebida. Porém, o vinho reserva surpresas para depois do primeiro gole.
Ao respirar depois de beber, o vinho revela seus aromas escondidos em sua composição. É importante estar atento às notas dos vinhos para harmonizar a partir da similaridade com a comida.
Textura
Sensações táteis e temperatura estabelecem esse atributo complexo. Neste caso, você pode arriscar uma harmonização por contraste. Esteja atento à maciez e à aspereza dos elementos a serem harmonizados para definir a similaridade ou o contraponto. Se a questão estiver voltada para a temperatura, evite contraposições excessivos.
Peso
Comidas leves devem ser harmonizadas com vinhos mais suaves para que um não se sobreponha ao outro. No caso dos rótulos bem encorpados acompanhados de pratos pesados, tenha cuidado para não servir jantares excessivamente indigestos.
Agora que você já sabe um pouco das bases de uma boa harmonização, é hora de se aventurar nas infinitas possibilidades que a enogastronomia tem a oferecer. Experimente e, principalmente, pesquise, para não errar na hora de servir um bom vinho!
Fonte: Vinícola Campestre